O deputado federal e engenheiro Romero Rodrigues (PSDB/PB)
solicitou do Governo Federal o perdão das dívidas dos agricultores.
Segundo o parlamentar, os débitos de quatro mil produtores
paraibanos já foram executados pela Justiça por conta da falta de pagamento ao
Banco do Nordeste. Para ele, o governo precisa perdoar as dívidas.
Destacou o engenheiro “se essa tendência continuar, o banco
será sem dúvida, num presente muito próximo, o maior latifundiário do Brasil em
função exatamente das execuções. Os agricultores não pagam porque infelizmente
o juro é alto, a correção monetária é grande e o produtor tem sofrido por secas
contínuas”. Cerca de 1,8 milhão de produtores rurais devem R$ 21 bilhões ao
Banco do Nordeste.
O presidente da Comissão de Agricultura, Raimundo Gomes de
Matos (CE), anunciou a elaboração de um estudo sobre o endividamento de
produtores rurais nordestinos. O documento será entregue ao Planalto na
tentativa de solucionar o problema.
Para o tucano, a situação é desesperadora, pois falta uma
política nacional de crédito e de seguro rural. “Temos que culpabilizar a
instância insensível do governo que não vê realmente que aquele pequeno
produtor está perdendo as suas terras. E aquela terra que o banco recebe em
garantia fica lá abandonada. Quantos mil hectares hoje estão no patrimônio dos
bancos que são reutilizados? Muito pelo contrário, fica, deteriorando”,
afirmou.
De acordo com Ruy Carneiro (PB), o Executivo deveria seguir o
exemplo de países europeus e dos Estados Unidos, que subsidiam a produção
rural. Segundo o parlamentar, a presidente Dilma precisa entender que o
financiamento rural é uma área essencial para a economia. “É um empréstimo para
um setor primário que é prioridade do país. Se o Banco do Nordeste tomar as
terras de todos esses produtores, ele passa da noite para o dia a ser o maior
latifundiário da Paraíba”, enfatizou.
Carneiro destacou as propostas apresentadas pela Assembleia
Legislativa da Paraíba para minimizar o endividamento no Nordeste. Entre as
medidas, estão a concessão do bônus de adimplência sobre o valor da prestação;
redução do valor mínimo exigido para pagamento; liquidação dos juros vincendos
das operações renegociadas; prorrogação do prazo do financiamento; amortização
para a região da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) de 1%
ao invés de 2%; autorização para fazer um novo financiamento para liquidar as
parcelas de juros vencidas; correção das prestações vencidas da securitização;
reclassificação do porte do produtor; e a proibição de cobrança de qualquer tarifa
para renegociar as dívidas.
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