14 de out. de 2011

POETA GERALDO ALVES

                                                           BIOGRAFIA
                Geraldo Pereira de Farias (GERALDO ALVES), poeta, repentista, cantador, nasceu no sítio Sanharão, Paulista-PB, no dia 24 de setembro de 1947, filho de Raimundo Alves de Farias e Severina Guilhermina de Farias; é descendente da família do poeta LEANDRO GOMES DE BARROS.
                Como muitos sertanejos de sua geração, é de família humilde. Viveu na agricultura, sem oportunidade de frequentar a escola. Mesmo assim, iniciou voluntariamente a sua busca pelas letras; e o seu amor pelos livros conferiu-lhe um razoável conhecimento literário. Logo na juventude, interessou-se pela viola e perseguiu a descoberta dos repentes, fundamentados nas origens de suas raízes de tradição. Espelhando-se no seu pai, com muito orgulho, por ter sido ele um prodigioso repentista.
               Como profissional da viola, participou de cantorias com os maiores repentistas de sua geração, fez programas de rádio, apresentou-se em congressos de alto nível, sendo bem sucedido e respeitado pelo público, tendo nesse espaço merecido prestígio e o apoio dos grandes companheiros da profissão.
              O seu notável conhecimento a cerca do estilo da cantoria de improviso, no que concerne à estética e à forma da estrofe improvisada, confere-lhe a posição de um dos maiores julgadores de congressos do país, sendo, requisitado e tendo o seu trabalho reconhecido nos maiores encontros de repentistas do Brasil.
             A partir de 1972, decidiu participar do processo político de seu município, como candidato a vereador,onde conseguiu exercer a função por quatro mandatos consecutivos. cumpriu com determinação os mandatos que lhe foram conferidos; foi presidente da Câmara por duas legislatura. Destacou-se no seu município pela palavra de confiança e os projetos que realizou em benefício da coletividade. Ocupou a secretaria de planejamento do governo JURANDIR DE FRANÇA DANTAS, ocupou também a secretaria de ação social e assessoria de planejamento do governo do Dr. ABINETE VIEIRA DE ALMEDA.      
             Este incansável poeta paulistense continua sendo um abnegado da viola e da construção dos repentes, ocupando as horas vagas para cantar e escrever os seus poemas. E hoje estar secretário de ação social do governo municipal SEVERINO PEREIRA DANTAS. Vale salientar que o poeta GERADO ALVES estar afrente da citada secretaria a 11 anos. E  é também  responsável pela organização do congresso de violeiros que acontece anualmente em nossa cidade,"promovido pela prefeitura municipal".
           É autor do livro "ENTRANHAS DA TERRA" composto por poemas antológicos e tantos outros

JÁ TIREI A METADE DA VIAGEM PRA CHEGAR NO LUGAR QUE DESEJEI.
HOMENAGEM A LEANDRO E BELARMINO.
HOMENAGEM A BELARMINO.
APRENDI A HISTORIA NORDESTINA NA CARTILHA POÉTICA DO SERTÃO.
E POR ISSO DEUS FOI, É E SERÁ, ARQUITETO DO PLANO UNIVERSAL.                                SOU FILHO DE AGRICULTOR E NETO DE RETIRANTE.  
CASA DE TAIPA.
QUANTO É LINDO A HISTÓRIA SERTANEJA NO TEATRO DIVINO DO SERTÃO!
O CASAMENTO.
SAUDADE!
QUANDO O SOL DESAPARECE..
O PRESÍDIO.
MENINO DE RUA.
POBRE AGRICULTOR.
O REMORSO DO CRIME PESA TANTO,QUE QUEM MATA NÃO VIVE SOSSEGADO.
A PROVIDÊNCIA NÃO QUIS QUE EU MORRESSE NESSE DIA.
A MORTE ESTÁ ENGANADA, EU VOU VIVER DEPOIS DELA.

                                                     POBRE AGRICULTOR
O agricultor tem sido
o mais pobre, entre os viventes;
discriminado e sofrido
na fila dos mais carentes;
mágoa estampada no rosto,
ressentimento e desgosto
não faltam no coração.
É reprimido e sem nome;
preso às algemas da fome;
chorando a falta de pão;

Foi não foi, nasce um rebento
da prole excêntrica e sem nome,
já tem setenta por cento
da nação passando fome.
Ou o governo se mexe,
com roupa, comida e creche;
ou vai ver em cada esquina,
a mão da fome assassina,
cansada de matar gente.

Pobres humildes, coitados,
punidos, nem querem guerra.
São santos escravizados
pelos patronos da terra.
Só sentem sabor de pão,
aguando o próprio chão
pelo suor derramado.
Cada vida é uma cruz,
cada pobre é um Jesus
pra morrer crucificado.

Difícil, é haver paz
entre grandes e pequenos
e tirar de quem tem mais,
para dar a quem tem menos.
Ai, é dificuldade,
que a mão da caridade
não dá em toda matéria.
Enquanto houver esse impasse,
nem nossa fortuna nasce,
nem se acaba miséria.

Pobre do agricultor
é quem cultiva algodão;
é quem sustenta o doutor,
de milho, arroz e feijão;
quem trabalha de alavanca,
de picareta e chibanca,
machado, foice e enxada.
Nunca tem o que precisa,
quando compra uma camisa,
a outra já está rasgada.

Eu já ouvi tanto choro
da banca de desvalido.
O Brasil com tanto ouro
e nunca foi dividido.
Tem tanta terra sobrando
e tanto pobre chorando,
à falta dum palmo dela.
Estão apertando os cintos,
criando os filhos famintos
na podridão da favela.

Eu vejo um filme que passa
e, nele a gente descobre,
que o pobre vive sem graça,
que está cada vez mais pobre.
O filme é de desprazer,
que nunca paguei pra ver
e sem querer tou assistindo.
Tem lugar sobrando trigo,
mas tá faltando um amigo
que dê a quem tá pedindo.

Não sei o que tem a ver
o pobre com divida externa?
Tá pagando sem querer,
que pobre não se governa.
Passaram vinte um anos
fazendo contas e planos
com o FMI.
Fabricaram bomba fora;
tão botando fogo agora;
faz tempo que explode aqui.

Se o governo ouvisse a mim,
teria jeito pra isto.
Eu queria ver o fim
desse filme a que assisto.
Num projeto de ação,
juro baixo, irrigação,
cresce o setor produtivo.
Povo canta, come e veste
ai, Nordeste é Nordeste
e pobre diz que tá vivo.

                                      HOMENAGEM A LEANDRO E BELARMINO

Se Jesus conceder o aposento,
e as violas no céu se afinarem,
Belarmino e Leandro se encontrarem
vão cantar, de Jesus, o sofrimento.
Desde o velho a o novo testamento,
Belarmino tem tudo decorado,
e Leandro provou do pão Sagrado
desde o tempo que cristo era menino,
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.

Se a viola, no céu, tiver acesso
onde esta Zé Faustino Vilanova;
João Severo e Cancão darão a prova
que a viola é o pique do sucesso.
Uns irão pra disputa do congresso;
Pinto velho será um convidado,
e Domingos Fonseca, outro jurado
junto a Dimas Batista e Ascendino,
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.

Se, na sala do Santo Salvador,
Belarmino e Leandro forem juntos,
vão cantar disputando nos assuntos
escolhido por mais de um cantador.
A cadeira que foi de Serrador,
vão pedir pra Leandro ser sentado;
e depois Belarmino é colocado
na cadeira que era de Galdino,
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.

Belarmino cantando não se aterra
e Leandro não perde as energias.
Se Leandro cantar as melancias,
Belarmino decanta o pé-da-Serra.
E lá do céu vão mexer tanto na terra,
que aparece sertão pra todo lado.
O palácio do céu será chamado
o museu do poeta nordestino,
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.

Se Jesus não botar um cativeiro
pra o poeta cantar se limitando,
Belarmino e Leandro se encontrando
vão cantar abalando o mundo inteiro.
Se poder referir-se a cangaceiro,
jararaca também será lembrado,
e vão ver, nesse filme improvisado,
Lampião, Zé Pereira e Jesuíno;
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.

De poemas, sextilhas e sonetos,
Belarmino fazendo exibição,
faz espíritos tremerem de emoção
e correrem buscando os esqueletos.
E Leandro levando seus folhetos,
nem precisa ter tudo decorado;
basta ter o romance do soldado
pra ganhar muitas palmas do divino,
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.

Belarmino foi gênio das montanhas
e Leandro o maior naturalista.
foram ambos nativos de PAULISTA,
procedentes do pó dessas entranhas.
Um nasceu à direita do piranhas,
já o outro nasceu do outro lado.
Mesmo um se enterrando noutro Estado,
com a morte, tomaram um só destino;
se Leandro encontrar com Belarmino,
vão cantar muita coisa do passado.  
se Leandro encontrar com Belarmino,

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