1 de nov. de 2011

CARTA ESCRITA NO ANO DE 2070.

        Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém com 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosa nessa sociedade. Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro. Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele. Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, devemos raspar a cabeça para mantê-la limpa sem água. Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava- pensávamos que a água jamais podia acabar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão IRREVERSIVELMENTE CONTAMINADOS OU ESGOTADOS.  Antes, a quantidade de água ideal  para beber eram de oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta  grandemente a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado, já que as redes de esgotos não se usam mais por falta de água. A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele provocadas pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. A industria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-nos em água potável os salários. Os assaltos por um litro de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pelo ressecamento da pele, um jovem de 20 anos está como se tivesse 40.
               Os cientistas investigam, mas não parece haver solução possível. Não se pode fabricar água, oxigênio também está desgastado por falta de árvores e isso ajuda a diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações. Alterou-se também a morfologia dos espermatozódes de muitos indivíduos e como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações. O governo cobra-nos pelo ar que respiramos (137 m3 por abitante adulto dia). As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas". Estas estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar. A idade media é de 35 anos. Em alguns países existe manchas de vegetação normalmente perto de um rio, que é fortemente vigiado pelo exercito. a água tornou-se um tesouro muito cobiçado,mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não a arvores, porque quase nunca chove e quando se registra precipitação, é chuva ácida. As estações tem sido severamente alteradas pelos testes atômicos. Advertiam-nos que devíamos cuida do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que era os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda água que quisesse,  o saudável que era a gente, ela pergunta-me: Papá! porque se acabou a água? Então, sinto um nó na garganta; não deixo de me sentir culpado, poque pertenço à geração que foi destruindo o meio ambiente ou simplesmente não levamos em conta tantos avisos. Agora os nossos  filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terre já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível. Como gostaria de voltar a trás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto, quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta terra!
FAÇA ESTA MENSAGEM CHEGAR A SEUS CONHECIDOS. POR CADA PESSOA QUE A LER VOCÊ ESTARÁ CRIANDO UM POUCO DE CONSCIÊNCIA PARA CUIDAR À SUA VOLTA. ACORDA HUMANIDADE ENQUANTO AINDA É TEMPO!
Documento extraído da revista "crónicas de los tiempos" de abril de 2002.