Belarmino nasceu no dia 26-12-1894; no sítio várzea da serra, município de Paulista. Filiação: Vicente Manoel de França e D. Maria Benvinda Fernandes. Filho de agricultor, Belarmino aprendeu a lidar com a terra e a pegar na enxada muito cedo, já que naquele tempo não se tinha direito a educação. Até os 12 anos de idade Belarmino nunca tinha ouvido falar em escola.,foi quando um tio o covidou para estudar com um professor contratado para dar aula a seus filhos. Estudou apenas 26 dias, vivendo uma vida simples de homem do campo, mas já demostrando o dom poético. Aos 22 anos estudou por mais 19 dias em uma escola rústica perto de sua casa, somando assim 45 dias de aulas em toda sua vida. O resto aprendeu sozinha como ele mesmo dizia lendo jornais revistas livros e artigos. Em 22-10-1922, casou-se com Emerentina Dantas de Sousa. dessa união nasceram os seguintes filhos: Federalino Dantas de França, Rita, Benigno, Almira, Alzira, Maria, Solom, Raemundo, e Benedito Dantas de França. Faleceo em 20-03-1982, aos 88 anos deixando para Paulista uma rica heransa de versos e glosa.Veja alguns:
o seu primeiro verso, com erro de portugues quando tinha de 13 a 14 anos de idade
SOU DAS TREPES DO FOGÃO
Todos sai a passiá
eu fico dentro de casa
socado dentro das brasa
arriscando a mim queima
tomem quero ir brincar
porque tenho precisão
vivo nestas condição
não posso nem ir a feira
sendo assim dessa maneira
sou das trempes do fogão.
Após os 45 dias de aula Belarmino começou a buscar o conhecimento por conta propia, como ele mesmo mostra em verso.
Daquele tempo emdiante
das letras me fiz amigo
lia jornais e revistas
romanse
livro e artigo
tudo que lia e ouvia
ficava impresso comigo.
Em verso Belarmino demostra a simplicidade da sua família, e o respeito que tinham pelos pais, quando os filhos não reclamavam por aquilo que não tinham e sim eram gratos pelo que tinham.
Lá em casa uns tinham rede
outros dormião no chão
ou numa cama de varas
sem coberta nem colchão
mas ali niguem ouvia
queixa nem reclamação
mesa lá não existia
na hora da refeição
todos ao redor da panela
sentado em cepo ou no chão
botava o prato entre as pernas
comia a satisfação.
Certa vez, Belarmino indo fazer uma cantoria no sítio trincheira com seu companheiro Francisco Pedra de Oliveira, isso numa noite de explendido luar e chegava um moço q\ estava noivo para assistir a cantoria e o mesmo era conhecido do meu companheiro e então ele deu o seguinte mote sem notar que estava dando dentro da metri pois o mesmo não tinha conhecimento de poesia. E falou assim: oh que noite explendida, quando eu casar vou passar a lua de mel na lua. O companheiro sorriu e disse tai seu belo, fulano sem dá fé já deu o mote. Pode fazer a glosa, Belarmino não estava com votade de fazer a glosa mas por insistencia de seu companheiro, ele fez e seu companheiro gravou-as.
eis a glosa:
A lua por ser bonita
da terra estar separada
porem que seja habitada
ela muito necessita
eu quero ser selenita
morador na face sua,
é de bem que alguem construa
uma casa em seu lugar
quando eu casa vou passar
a lua de mel na lua
Já preparei a bagagem
com todo o equipamento
logo após meu casamento
pra lua farie viagem
morar na lua é vantagem
mirando a beleza sua
la mulher pode andar nua
que ninguem vai sensurar
quando eu casar vou passar
a lua de mel na lua.
Belarmino de França e Neveras eram pessoas muito conhecidas na cidedade, Belarmino famoso pela sua poesia. Neveras um fazendeiro e lider politico. Apesar de um ter ouvido falar do outro, eles não se conhecia pessoalmente. Um serto dia, ambos encontravam-se na cidade e Neveras foi até Belarmino e perguntou: você é que é o famoso Belarmino de França, PUÉTA TIRANDO O É? Belarmino olhou para ele, para um e para outro, como a perguntar quem era aquele homem. Quando uma pessoa cochichou no seu ouvido, identificando aquela pessoa. Então Belarmino não quis conversa e mandou esta:
Ouvi falar em Neveras,
porém não o conhecia
pensava que fosse um homem
de alta categoria,
poeta tirando o "e"
cabe em Vossa Senhoria.
BELARMINO DE FRANÇA AO LADO DE SUA ESPOSA HEMERENTINA DANTAS
BELARMINO DE FRANÇA
BELARMINO, GLOSANDO EM PALANQUE COM AUTORIDADES LOCAIS E REGIONAIS, OS MAIS CONHECIDOS JANDUY CARNEIRO (DE PALITOR BRANCO A ESQ) E JOSÉ GERONIMO NETO(ZÉ NETO A ESQ).
CASA DE BELARMINO DE FRANÇA NO SÍTIO VARZEA DA SERRA PAULISTA-PB
Outro grande trabalho de Belarmino foi o poema “CAMINHOS DA MINHA VIDA” que retrata a mocidade, a velhice e morte.
Quanto é bela a existência
No vigor dos verdes anos
Mas quanto é triste a velhice
Com seus fatais desenganos
Entre dúvidas e receios
E sofrimentos tiranos.
Dos 5 aos 36 anos
Eu andava de carreira,
Hoje ando patinando
Cheio de dor e canseira
Pois,o peso dos 80.
Não é boa a brincadeira.
Dois Quilômetros de ladeira
Eu sobia de rojão,
Hoje pra descer um metro
È com os quartos no chão,
Assim mesmo é escorado
Num cacete em cada mão.
Já tenho no matulão
Setenta anos de idade,
Não faço mais o que fiz
Nos dias da mocidade,
Que velho pelo comum
Não faz o que tem vontade.
Eu na minha mocidade
Fui muito forte e disposto,
Hoje estou velho e cansado,
Mole de causar desgosto,
Até pra vestir as calças
Uso buscar um encosto.
Velho sempre vive exposto
A crítica, a vaia, ao fracasso,
Se ele vai corre não pode,
Tudo lhe causa embaraço,
Até andando é sujeito
A cair a cada passo.
Hoje o mais fácil que faço
È comer e me deitar
Mas sinto dificuldade
Quando vou me levantar
Com uma dor em cada junta
De não poder suportar.
Às vezes fico a pensar
Quem fui em tempo de moço:
Era esperto, ouvia bem,
Minha vista era um colosso,
Hoje, velho e moleirão,
Vejo mal e pouco ouço.
Sem de nada ter sonbroso,
À noite eu saia cedo,
Farreava, e votava tarde,
Sem deixar nada em segredo,
Hoje com tudo me assusto
Todo vulto me faz medo.
Já não vou mais a brinquedo
Nem a casa de um vizinho,
Em moço eu ia a uma farra
Com dez léguas de caminho
Montado, a carro ou a pé
Com outro ou mesmo sozinho.
Não recebo mais carinho
Nem afagos de ninguém,
Se alguém falar com migo
È com nojo ou com desdém
Mas na minha mocidade
Todo mundo me quis bem.
O mundo é um vai e vem,
Moço é forte, velho é fraco,
Em moço eu fui quase um ídolo,
Hoje pareço um macaco
Pois a vida é mesmo assim
Por isto eu não do cavaco.
Seja, porém velho ou fraco,
Sem conforto e sem guarita,
Sem amor e sem carinho,
Na mais tenebrosa lida,
Faz tudo pra não perder
O seu caquinho de vida.
A velhice é a guarida
A dor é debilidade,
Escória da juventude,
Sobejo da mocidade
Caricatura da morte,
Caminho da eternidade.
Com 20 anos de idade
Pleno vigor tinha em mim,
Hoje sem força e enrugado,
Meus músculos levaram fim,
È a erosão do tempo
Que vem me fazendo assim.
Eu, na mocidade emfim
Nunca achei tempo enfadoso,
Previa um futuro próspero,
Vivia alegre e risonho,
Sonhava até acordado
Hoje nem dormindo sonho.
Hoje eu me sinto tristonho,
Cabisbaixo quase louco,
Falta-me até os sentidos,
Vejo mal e ouço pouco,
Grito pra mim é cochicho,
Um boi me parece um toco.
Não digo que um louco
Porque um louco não pensa,
Quando eu penso no que sinto
A minha magoa é imensa,
O meu incômodo é velhice
Que é a maior doença.
Há enorme diferença
Da mocidade a velhice:
A mocidade é um risco,
Amor, carinho e meiguice,
A velhice é de tristeza,
Dor, desprezo e caduquice.
Fui feliz na mininice
Da qual me resta a saudade
Pois sinto recordação
Da minha primeira idade,
Quando relembro o passado
Revivo na mocidade.
Eu tinhamuita vontade
De ser sempre moço e rico,
Agora estou conhecendo
Que esta vida é um fuxico
Cada dia que se passa
Mais pobre e mais velho fico.
Na mocidade eu fui rico
De vigor e substância,
Hoje estou pobre de forças,
De coragem e elegância
Sentindo apenas saudade
Dos dias de minha infância.
Hoje em dia eu vivo em ânsia,
Cheio de mil desenganos,
Já tenho no rosto as marcas
Dos sofrimentos tiranos,
Nas cãs a neve do tempo,
Nos ombros o peso dos anos.
Já não tenho mais os planos
Que tive na mocidade,
Em moço eu previa o mundo
De gozo e felicidade,
Hoje pressinto o silêncio
Do sono da eternidade.
Um homem na minha vida
Está com a vida insegura
Porque quem já viveu muito
Julga mais pouco atura,
Quanto mais loge de berço
Mais perto da sepultura.
Porém quem vive procura
Um jeito pra não morrer
Pois emquanto minha alma
Do corpo não se desprender
O espírito em seu invólucro
Ajuda o corpo a viver.
Mas todos têm que morre,
seja rico ou seja pobre,
Pois a morte é justiceira
Mata o plebeu, mata o nobre,
Por mais que a gente se oculte
A morte sempre descobre.
Assim como mata o pobre
Destrói o rico também,
Se vê aquele que vai
Não se vê nenhum que vem,
A foice fatal da morte
Nunca dispensou ninguém.
Libitina quando vem
Mata moço e ancião
Branco, preto rico e pobre,
O honesto e o ladrão,
Moço morre de sucesso,
Velho por obrigação.
A morte sem precisão
Mata um menino de ano,
Mas como leva um mendigo
Também leva um soberano
Deixando em sua passagem
Choro, luto e desengano.
A morte abutre tirano,
Que tudo seifa e liquida
ela apesar de abstrata
É uma fera homicida,
É o sepulcro das penas,
Eclipse total da vida.
Com sua mão sempre erguida
Do mundo inteiro ela zomba,
Asua arma certeira
Explode como uma bomba.
Cada vez que ela despara
É uma vida que tomba.
Já pressinto sua sombra
Chegar à minha presença,
Parece que estou ouvindo
ela lavrar-me a sentença
Que velho, velho demais,
A morte jamais despensa.
Eu nunca lhe fiz ofensa
Nem sei se me aprecia
Mas tenho desconfiança
Que a morte me busca um dia
Mas se ela me despensasse
Eu muito agradeceria.
Não digo que um louco
Porque um louco não pensa,
Quando eu penso no que sinto
A minha magoa é imensa,
O meu incômodo é velhice
Que é a maior doença.
Há enorme diferença
Da mocidade a velhice:
A mocidade é um risco,
Amor, carinho e meiguice,
A velhice é de tristeza,
Dor, desprezo e caduquice.
Fui feliz na mininice
Da qual me resta a saudade
Pois sinto recordação
Da minha primeira idade,
Quando relembro o passado
Revivo na mocidade.
Eu tinhamuita vontade
De ser sempre moço e rico,
Agora estou conhecendo
Que esta vida é um fuxico
Cada dia que se passa
Mais pobre e mais velho fico.
Na mocidade eu fui rico
De vigor e substância,
Hoje estou pobre de forças,
De coragem e elegância
Sentindo apenas saudade
Dos dias de minha infância.
Hoje em dia eu vivo em ânsia,
Cheio de mil desenganos,
Já tenho no rosto as marcas
Dos sofrimentos tiranos,
Nas cãs a neve do tempo,
Nos ombros o peso dos anos.
Já não tenho mais os planos
Que tive na mocidade,
Em moço eu previa o mundo
De gozo e felicidade,
Hoje pressinto o silêncio
Do sono da eternidade.
Um homem na minha vida
Está com a vida insegura
Porque quem já viveu muito
Julga mais pouco atura,
Quanto mais loge de berço
Mais perto da sepultura.
Porém quem vive procura
Um jeito pra não morrer
Pois emquanto minha alma
Do corpo não se desprender
O espírito em seu invólucro
Ajuda o corpo a viver.
Mas todos têm que morre,
seja rico ou seja pobre,
Pois a morte é justiceira
Mata o plebeu, mata o nobre,
Por mais que a gente se oculte
A morte sempre descobre.
Assim como mata o pobre
Destrói o rico também,
Se vê aquele que vai
Não se vê nenhum que vem,
A foice fatal da morte
Nunca dispensou ninguém.
Libitina quando vem
Mata moço e ancião
Branco, preto rico e pobre,
O honesto e o ladrão,
Moço morre de sucesso,
Velho por obrigação.
A morte sem precisão
Mata um menino de ano,
Mas como leva um mendigo
Também leva um soberano
Deixando em sua passagem
Choro, luto e desengano.
A morte abutre tirano,
Que tudo seifa e liquida
ela apesar de abstrata
É uma fera homicida,
É o sepulcro das penas,
Eclipse total da vida.
Com sua mão sempre erguida
Do mundo inteiro ela zomba,
Asua arma certeira
Explode como uma bomba.
Cada vez que ela despara
É uma vida que tomba.
Já pressinto sua sombra
Chegar à minha presença,
Parece que estou ouvindo
ela lavrar-me a sentença
Que velho, velho demais,
A morte jamais despensa.
Eu nunca lhe fiz ofensa
Nem sei se me aprecia
Mas tenho desconfiança
Que a morte me busca um dia
Mas se ela me despensasse
Eu muito agradeceria.